O
chefão do serviço secreto convoca o agente X-9 ao seu gabinete e o
interpela: Mandei o senhor vigiar os JORNALISTAS INVESTIGATIVOS.
Quero saber por que o senhor até agora não fez
seu relatório? O agente X-9 responde: Desculpe chefe, mas não
encontrei nenhum... Ouvi essa blague outro dia num programa
satírico e agora pergunto aos meus leitores se não é isso mesmo o
que acontece. Sumiram, acabaram com aquele jornalista que não dava
trégua, fuçava atrás dos bastidores, não se conformava com fatos
nebulosos, não esclarecidos. Se não, vejamos:
Já
se passaram mais de sessenta dias desde que morreram em acidente de
avião 150 pessoas. Isto em plena Europa. Em menos de 24 horas as
autoridades decretaram que a causa do acidente foi a instabilidade
emocional do copiloto que resolveu se suicidar, derrubando a aeronave
que dirigia. Ele se matou de maneira absolutamente original e levou
consigo mais 149 passageiros e tripulantes. Só pela lógica fica
evidente que é mais que impossível solucionar uma ocorrência
destas em tão curto prazo. Mas este “prato cheio” não chegou a
sensibilizar qualquer jornalista, trabalhador da INFORMAÇÃO. Nenhum
órgão de formação da opinião pública revelou ter entre os seus
colaboradores um daqueles verdadeiros pesquisadores da notícia.
Daria para encher páginas com as dúvidas que o acidente do
GERMANWINGS D-AIRX deixou sem resposta. Vou exibir apenas algumas e
suscintamente.
Terrorismo
– Desde setembro de 2001 temos aí o primeiro suspeito de planejar
ou praticar qualquer ato de violência. Mas neste caso poucas horas
depois do crash e antes que equipes de socorro pudessem
chegar ao local do desastre, os primeiros ministros Merkel (Alemanha)
e Hollande (França), bem com a administração Obama (USA) se
apressaram a comparecer às telinhas e microfones para declarar que a
possibilidade de ataque terrorista estava excluída. Atitude
surpreendente.
Mirage
– Na hora e local do acidente testemunhas, inclusive o prefeito de
Meolans Revel, viram dois ou três aviões de combate da força aérea
francesa em voo de ida e volta. O que estavam fazendo ali?
Aviso
de emergência – Apesar de depois ter sido negado foi divulgado
(Spiegel Online, CNN) de que fora captado um sinal de emergência. Um
suicida não pede socorro.
Explosão
e fumaça – Testemunhas afiançaram terem ouvido explosão ou
explosões. Uma declarante disse ter visto fumaça saindo do avião.
Black
Box – De início noticiaram que acharam a Caixa Preta, porém
sem o dispositivo gravador dos dados. Até mostraram algo como uma
caixa metálica toda amassada. Muitos dias depois noticiou-se que
teriam achado a Caixa Preta (agora completa) e que os dados estariam
confirmando tudo que haviam dito. Mostrou-se a imagem do objeto
preto, preto mesmo (não devia ser vermelho?), todo encalacrado, como
se tivesse acabado de ser desenterrado por arqueólogos. Os dados da
Black Box do MH17 abatido sobre a Ucrânia estão sendo analisados
até hoje pelos peritos na Holanda.
Gravador
de Voz – Este foi logo achado e gravou inicialmente só a
respiração do copiloto(?), mais tarde isto foi completado com sons
de batidas e gritos. Alguma coisa foi divulgada na internet, mas
gerar deduções é preciso que se tenha muita imaginação.
Machadinha
– O piloto, trancado para fora da cabine, teria tentado arrombar a
porta com auxílio de uma machadinha (vide batidas). Impõe-se a
pergunta: onde é que ele teria encontrado tal instrumento a bordo de
um avião de passageiros onde hoje até a presença de uma liminha
para unhas é proibida?
Destroços
– Há que se duvidar de que o impacto de um avião no solo, mesmo
numa elevação do terreno e por maior que fosse, tivesse a
capacidade de desintegrar a aeronave de tal forma, em milhares de
minidestroços e, ainda, espalhá-los por uma área tão vasta e
acidentada. Nem mesmo o local onde teria se dado o impacto foi
identificado.
Vítimas
– Em caso de acidente aéreo a mídia sempre destaca em seus
noticiários o resgate e posterior identificação das vítimas.
Basta lembrar o caso do Boeing 777 da Ucrânia. Até um trem com
vagões refrigerados entrou em cena. As vítimas do GERMANWINGS
4U9525 não mereceram esta atenção.
Atenção
a este caso é exatamente o que não se queria. O COPILOTO SE
SUICIDOU e acabou! E ficou sendo a opinião corrente, pergunte a quem
quiser pela causa da queda do Germanwings e ele responderá (se ainda
se lembrar) que foi o copiloto.
Acabaram
os jornalistas investigativos. Ou se tornaram muito preguiçosos, ou
são mal pagos, ou lhes falta ambição profissional, OU SÓ PODEM
PUBLICAR O QUE O DONO MANDAR.
Toedter