Aumento
de impostos, atualmente assunto dominante nos nossos noticiários.
Ministros e os mais diversos agentes políticos alongam seus
comentários e declarações sobre a crise pela qual passa o país.
Circunspectos buscam nos elucidar sobre a inevitabilidade de adoção
de medidas que possam reabastecer os cofres ou caixas da nação. De
forma inexplicável, de súbito, de um ano para o outro acabou o
dinheiro. Têm caixas estaduais que não conseguem pagar os salários
dos próprios funcionários.
Entre
tudo o que dizem não se vislumbra a menor explicação do motivo que
levou a essa situação. Talvez esperam que a gente acredite que
tenham sido as propinas da Petrobrás. O que de fato caracteriza os
nossos tempos é a distância a que é mantida a população da
verdade. Não há homem público que venha dizer que de a muito tempo
o país é perdulário, está vivendo acima de suas posses. Começou
quando se livraram do Getúlio. Até então o Brasil era um país
jovem, que tinha tudo para se desenvolver, ser alguém importante no
contexto mundial. Passou então a atender aos acenos do dinheiro
fácil e no seu “formoso céu, risonho e límpido” apareceu uma
nuvem negra chamada DÍVIDA PÚBLICA.
Convenhamos,
foi um fenômeno que também se alastrou pelo mundo e hoje está
mostrando seus efeitos nos mais diversos quadrantes. No que diz
respeito ao nosso país o portal AUDITORIA CIDADÃ nos mostra que em
2012 gastamos em JUROS e SERVIÇO DA DÍVIDA um total de 753 bilhões,
ou sejam 43,98% do total dos gastos federais. Em 2014 passamos a 978
bilhões, 45,11% do total. Um aumento de quase 30% em dois anos! Se
isso não bastasse, nos primeiros seis meses e meio do ano corrente a
percentagem se elevou a 48%, metade de TUDO que o governa gasta. Os
itens SAÚDE e EDUCAÇÃO ficaram em torno dos 4% cada um.
Segundo
a definição oficial DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL é a dívida contraída
pelo Tesouro Nacional para financiar o deficit (rombo) orçamentário
do Governo Federal, nele incluído o refinanciamento da
própria dívida.
Então
já deu para sentir que ROMBO NO ORÇAMENTO não é de hoje.
Já deve vir de longa data e aumenta a cada ano. Por mais que se
aumente impostos, por mais que se venda patrimônio público,
por mais que se corte gastos (principalmente sociais), por
mais que se empobreça a população através do processo
inflacionário, sempre ocorrerá a necessidade do tal
“refinanciamento” da dívida, aumentando a própria e aumentando
os juros.
Sabendo
que não há como cobrir o ROMBO e que os meios citados para
mobilizar recursos são limitados, seria bom que fossemos poupados
deste “teatrinho” diário a que estamos sendo expostos. Talvez
algum dia possa aparecer alguém com uma ideia efetivamente viável,
capaz de resolver o problema de um país que vem sendo
inclementemente explorado.
Toedter