Hoje
ao meio dia a Europa Central fez mais UM MINUTO DE SILÊNCIO. Todos
ficaram chocados com o que aconteceu na noite da última sexta-feira,
dia 13, em Paris. Compreensível a comoção dos que acompanharam os
noticiários, as vigílias em praça pública, as velas, as flores,
as manifestações de luto. Porém, por mais triste que seja o
motivo, o acontecido e essa sequência de promoções ao seu entorno
não deixa de suscitar perguntas. Entre elas as principais: POR QUÊ
e CUI BONO?
Chamam
os agentes do atentado de TERRORISTAS, um abstracionismo criado por
Mr. Bush e Cia naquele fatídico Onzedesetembro, que eles próprios
encenaram e desde então lhes deu motivo para fazer correr enxurradas
de sangue. Serviu-lhes para desencadear a tal GUERRA AO
TERRORISMO. Também produziu aquela celebre frase “Quem não
é nosso amigo é nosso inimigo!”, pouco própria vinda de um chefe
de Estado. E foram arrumando inimigos, novos, pois nunca deixaram de
os ter. Amigos também não lhes faltaram, a OTAN por exemplo. Assim
passaram a combater os TERRORISTAS. Começaram pelo Afeganistão,
Iraque, passearam pela Primavera Árabe e estavam empenhados em
destronar mais um que consideravam um terrorista mór, o Bashar
al-Assad.
Nunca
consegui entender essa insistência e disposição em derrubar este
homem a pretexto de que seria um ditador sanguinolento. Na verdade, o
que se observava é que o seu país estava em paz, com grupos
populacionais, pertencentes a religiões diversas, convivendo lado a
lado e sem problemas. Mas o fato é que incomodava os
antiterroristas.
Como
já haviam feito com o Gadafi na Líbia, organizaram e armaram uma
milícia (al Nusra) e desencadearam uma GUERRA CIVIL no país, que há
cinco anos vem provocando destruição e mortes sem fim. Assad
resiste.
Neste
período surge na área nova força com enorme poder destrutivo: o
I.S.I.S.- Islamic State of Iraq and Syria, mais tarde
condensado para EI – Estado Islâmico. Uma organização que se
perfila como cruel e assustadora ao extremo e reinvindica a posse de
toda a região do Iraque e Síria. Pretende atrair extremistas de
todo o mundo. Há quem diga (Edward Snowden) que sua criação teve o
patrocínio de Israel, Estados Unidos e Inglaterra e que seu chefe
supremo Abu Bakr Al Baghdadi teve treinamento militar, cursos
de teologia e retórica durante um ano com o Mossad.
Seja
como for, o ingresso do EI na luta contra Assad ameaçou seriamente a
subsistência da Síria, evolução esta com a qual a Rússia de
forma alguma se dispôs a concordar. Sua força aérea passou a dar
apoio a Assad e este começou a dominar a situação.
É
AÍ QUE CHEGAMOS À SEXTA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO. O que então
aconteceu deu margem a que Hollande, o chefe de estado francês:
1º
– que instituísse o REGIME DE EXCEÇÃO no país, o que dá ao seu
governo poderes especiais (poderes que ele pretende transformar em
permanentes através de reforma da constituição);
2º
– que interferisse na guerra da Síria com sua força militar;
3º
– que,
com
base no artigo 42.7 do Tratado de Lisboa - que trata da "defesa
coletiva" dos 28 países-membros -
usasse pela
primeira vez na história o
direito que a aliança lhe confere e pedisse
ajuda ao bloco econômico da
UE
para reforçar as medidas de segurança.
Será
que tudo isto não significa uma ESCALAÇÃO do conflito no Oriente
Médio como possíveis consequências perigosíssimas?
Com
isto parece termos chegado mais perto da resposta à pergunta
inicial. Há quem pretenda tirar proveito do que aconteceu em Paris naquela noite.
Deixo
como pequeno presente aos meus leitores um interessante joguinho que
serve para reavivar o que aprendêramos de geografia e ajuda a nos
inserir na área em evidência.
Toedter