17 de novembro de 2015

BATACLAN - A QUEM APROVEITA

Hoje ao meio dia a Europa Central fez mais UM MINUTO DE SILÊNCIO. Todos ficaram chocados com o que aconteceu na noite da última sexta-feira, dia 13, em Paris. Compreensível a comoção dos que acompanharam os noticiários, as vigílias em praça pública, as velas, as flores, as manifestações de luto. Porém, por mais triste que seja o motivo, o acontecido e essa sequência de promoções ao seu entorno não deixa de suscitar perguntas. Entre elas as principais: POR QUÊ e CUI BONO?

Chamam os agentes do atentado de TERRORISTAS, um abstracionismo criado por Mr. Bush e Cia naquele fatídico Onzedesetembro, que eles próprios encenaram e desde então lhes deu motivo para fazer correr enxurradas de sangue. Serviu-lhes para desencadear a tal GUERRA AO TERRORISMO. Também produziu aquela celebre frase “Quem não é nosso amigo é nosso inimigo!”, pouco própria vinda de um chefe de Estado. E foram arrumando inimigos, novos, pois nunca deixaram de os ter. Amigos também não lhes faltaram, a OTAN por exemplo. Assim passaram a combater os TERRORISTAS. Começaram pelo Afeganistão, Iraque, passearam pela Primavera Árabe e estavam empenhados em destronar mais um que consideravam um terrorista mór, o Bashar al-Assad.

Nunca consegui entender essa insistência e disposição em derrubar este homem a pretexto de que seria um ditador sanguinolento. Na verdade, o que se observava é que o seu país estava em paz, com grupos populacionais, pertencentes a religiões diversas, convivendo lado a lado e sem problemas. Mas o fato é que incomodava os antiterroristas.

Como já haviam feito com o Gadafi na Líbia, organizaram e armaram uma milícia (al Nusra) e desencadearam uma GUERRA CIVIL no país, que há cinco anos vem provocando destruição e mortes sem fim. Assad resiste.

Neste período surge na área nova força com enorme poder destrutivo: o I.S.I.S.- Islamic State of Iraq and Syria, mais tarde condensado para EI – Estado Islâmico. Uma organização que se perfila como cruel e assustadora ao extremo e reinvindica a posse de toda a região do Iraque e Síria. Pretende atrair extremistas de todo o mundo. Há quem diga (Edward Snowden) que sua criação teve o patrocínio de Israel, Estados Unidos e Inglaterra e que seu chefe supremo Abu Bakr Al Baghdadi teve treinamento militar, cursos de teologia e retórica durante um ano com o Mossad.

Seja como for, o ingresso do EI na luta contra Assad ameaçou seriamente a subsistência da Síria, evolução esta com a qual a Rússia de forma alguma se dispôs a concordar. Sua força aérea passou a dar apoio a Assad e este começou a dominar a situação.

É AÍ QUE CHEGAMOS À SEXTA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO. O que então aconteceu deu margem a que Hollande, o chefe de estado francês:
1º – que instituísse o REGIME DE EXCEÇÃO no país, o que dá ao seu governo poderes especiais (poderes que ele pretende transformar em permanentes através de reforma da constituição);
2º – que interferisse na guerra da Síria com sua força militar;
3º – que, com base no artigo 42.7 do Tratado de Lisboa - que trata da "defesa coletiva" dos 28 países-membros - usasse pela primeira vez na história o direito que a aliança lhe confere e pedisse ajuda ao bloco econômico da UE para reforçar as medidas de segurança.

Será que tudo isto não significa uma ESCALAÇÃO do conflito no Oriente Médio como possíveis consequências perigosíssimas?

Com isto parece termos chegado mais perto da resposta à pergunta inicial. Há quem pretenda tirar proveito do que aconteceu em Paris naquela noite.

Deixo como pequeno presente aos meus leitores um interessante joguinho que serve para reavivar o que aprendêramos de geografia e ajuda a nos inserir na área em evidência.

Toedter