Um
leitor me mandou duas fotos, dizendo que valem mais do que mil
palavras. De fato são representativas de toda uma época. Mostram o
Portão de Brandenburgo em Berlim em duas ocasiões diferentes. A
primeira demonstra a alegria de uma nação que acaba de reconvalescer de
grave período de crises políticas e econômicas. A segunda mostra a
suprema humilhação imposta a um povo depois de submetido e dominado
há 70 anos.
Seus autores ganharam
a maior e mais cruenta guerra da história sem dar um tiro e sem
mesmo existir.
Foram
mobilizadas 53 nações, incluindo o Brasil, para combater e derrotar
um pequeno, porém orgulhoso, país. Este, perdendo a guerra, perdeu
tudo, identidade, territórios, hombridade, amor-próprio e sua gente é, em sua maioria, prestativo serviçal deste quinquagésimo quarto estado,
que, como tal, só passou a existir depois que terminou aquele
conflito mundial.
Os
53 adversários declarados da Alemanha nada ganharam com a vitória
alcançada. Nem mesmo a “limpa” que fizeram no instituto e marcas
e patentes alemão, nem a desmontagem de máquinas industriais, nem
os cérebros da ciência e da tecnologia, que EUA e URSS levaram para
as suas terras, acabaram significando alguma vantagem para estas
nações, pois a “Guerra Fria” que veio em seguida anulou
eventuais primazias.
Mas
o quinquagésimo quarto se projetou mundialmente. Conseguiu se
caracterizar como maior vítima daquela horrorosa conflagração e
que merecia a dó e apoio do universo, além de indenizações
trilhonárias. Asim consagrado, não houve porta que se lhe fechasse,
ou na qual não conseguisse colocar o pé. Seguindo a diretiva de
Adam Weishaupt, aquele que ao final do século 18 fundou a
organização dos ILLUMINATI, conseguiu colocar seus representantes
em postos executivos e legislativos da maioria dos países
ocidentais.
Isto
faz com que por vezes a independência e soberania de uma nação
pareça colocada em dúvida. No caso acima ilustrado da RFA nem
dúvida persiste. A sua chanceler Merkel já declarou em alto e bom
som que o destino da Alemanha está indelevelmente ligado ao de
Israel. Mas há outras ocorrências, como essa agora de ter Israel
nomeado Dani Dayan para assumir sua embaixada no Brasil e Brasília
não dar sinais de querer aceitá-lo. O governo brasileiro tomou
conhecimento da nomeação por vias informais e sem que lhe tivesse
sido solicitado o agrément, sua concordância, como é uso e
costume diplomático. Acontece que o nosso país tem motivos para
negar esta concordância, uma vez que tem se manifestado contra a
política de assentamentos israelenses em territórios palestinos e
esse Dani Dayan já presidiu o Conselho Yesha, que representa 500 mil
colonos israelenses assentados na Cisjordânia e em Jerusalém
Oriental.
As
“patrulhas avançadas” de Tel Aviv aqui já se movimentam. A
Folha de S.Paulo, dia 22 p.p., abriu matéria com a título MILITARES
BRASILEIROS CRITICAM VETO A EMBAIXADOR DE ISRAEL. No corpo de texto é
citado “um integrante do alto escalão das Forças Armadas” que
acha que a atitude denota uma falta de visão geopolítica e de
objetividade de ações e que, para as Forças Armadas, surgiu uma
situação muito sensível, já que a parceria com empresas
israelenses de alta tecnologia é muito grande.
Mais
adiante o jornal ainda diz que alguns congressistas brasileiros
tentam reverter o problema diplomático em relação a um país
considerado aliado (?) e pensam agir em defesa da nomeação de Dani
Dayan.
Aqui
é de ser lembrado que este dissenso ocorre com um Estado criado há menos de 70 anos. Está até hoje com problemas internos, mas não é
isto o que faz pensar. A verdade é que o grosso, a grande maioria
dos seus cidadãos vivia e continua vivendo fora de suas fronteiras. Vivem em
outros países onde exercem normalmente também a cidadania,
adquirida talvez já há várias gerações. Ali podem ocupar também
cargos de liderança, chegam a governar estados, são ministros,
legisladores, juízes. E não são poucos. Em caso de conflito de
interesses, como se comportam?
Toedter