Periodicamente
o mundo vem sendo colocado em suspense com ameaças de uma guerra
atômica que poderia eclodir a qualquer momento. Os principais
personagens deste verdadeiro teatrinho todos já conhecem, estão
todos lá no hemisfério Norte.
Aqui
nas redondezas, faz 35 anos, também tivemos um desforço bélico,
nunca bem resolvido. Ali, na área onde então se travaram sangrentas
batalhas, agora acaba de desaparecer um vaso de guerra pertencente à
armada de um dos antigos litigantes.
O
noticiário dos últimos dias foi monopolizado pelo sumiço do
submarino argentino ARA SAN JUAN. Foi acidente? Apesar da ajuda de
várias nações que estão emprestando seus aviões e suas
embarcações especializadas, até esta data nada foi encontrado.
Estranho, a área de busca não é muito extensa, nem muito profunda,
o que permite esperar que não se repita o caso da aeronave MH370 da
Malaysia Airlines, cuja busca já suspenderam. Desistiram de
perscrutar o Oceano Índico de Norte a Sul e de Oeste a Leste, o que,
na verdade teriam feito só para enganar os incautos. Publiquei aqui
na época e está no meu livro “Pobre Mundo Novo”, que estou
convencido que aquele avião terminou sua viagem na pista de pouso do
atol de DIEGO GARCIA.
Interessante
é notar que aparentemente aqui as nações têm se sentido mais ou
menos imunes a serem envolvidos em disputa armada. Li num dos artigos
publicados em torno do SAN JUAN que a marinha argentina já foi
sensivelmente enfraquecida pelos governos Kirchner. Primeiro pelo
Nestor e depois por Cristina. Teriam tido motivos “ideológicos”,
segundo a nota. Bom, tudo indica que aqui também tivemos uma dupla
que não deu muito valor às nossas forças armadas, cujo equipamento
vem sendo renovado a ritmo de conta-gotas. Vejo que do total do
Orçamento da União executado, referente a 2015, o item Defesa
Nacional absorveu 1,47%, algo em torno de 33,3 bilhões. É muito? É
pouco? Para o tamanho do país e extensão das nossas fronteiras
parece muito pouco. Ainda mais se considerarmos que de JUROS e
Amortizações gastamos ao mesmo tempo 42,43 %, ou sejam, mais de 962
bilhões.
Aqui
preciso pedir permissão para abrir um rápido parêntese: Fico
revoltado quando vejo alguém, das nossas mais altas autoridades, se
apresentar diante das câmeras de televisão, para dar ao seu povo
informações sabidamente enganosas. Nesta fase da batalha pela
reforma da PREVIDÊNCIA ouvi as palavras: “Não podemos admitir
que continuemos gastando com a Previdência quase a METADE (sic) do
nosso orçamento.” É mentira, senhor Ministro. Quase a metade
do Orçamento da União foi gasta com Juros e Amortizações da
Dívida, ou seja, 42,43%. Com a Previdência foram gastos 22,69%
(dados ref. exercício 2015, segundo Auditoria Cidadã).
Voltando
à Expectativa de Guerra. Mas não são só países sul-americanos os
que estão sucateando suas forças armadas. Vejo aqui uma notícia
sobre a República Federal da Alemanha, país que faz parte do centro
das atenções internacionais. Consta ali que entre janeiro e outubro
deste ano, dos seus 216 aviões de combate apenas 69 conseguiram
levantar voo. Dos 300 helicópteros apenas cerca de 100 estiveram em
condições de uso. Receberam lá um fornecimento de 89 blindados
Puma, mas estavam com tantos probleminhas, que apenas 23 puderam ser
usados. Seus seis submarinos de alta tecnologia, movidos a células
de combustão, estão com problemas de pessoal. Apenas um conta com
tripulação completa.
Então,
enquanto algumas nações dão a entender que estão sob permanente e
séria ameaça, outros não demonstram a menor preocupação. Talvez
seja falta de recursos financeiros, ou …… falta de soberania?