Mudanças
fundamentais acontecem no nosso dia a dia e nós nos adaptamos sem
perceber. Você hoje compra quase tudo a prazo e SEM JUROS. O a vista
perdeu a graça. Mas é sem acréscimo mesmo? Não é de desconfiar
que se tento conseguir um desconto pagando a vista não vou ter
sucesso. Parece um contrassenso, pagamento a dinheiro sempre era a
alegria do vendedor. Por outro lado qualquer financiamento que a
gente pede ao banco tem juros. Ali não tem “sem acréscimo”,
muito pelo contrário.
Falei
em mudança. No começo da venda crédito era o comerciante que a
operava, chegando ao ponto de ganhar mais dinheiro com os juros que
cobrava do que com o próprio resultado comercial entre custo e preço
de venda.
O
banqueiro não podia concordar com isso. Inventou o cartão de
crédito e o cartão de débito. Agora passa tudo por sua mão e nas
campanhas “sem acréscimo” o juro está embutido e é do banco. O
comerciante diz que não pode dar desconto, porque o “banco não
permite”.
Verdade
é que o banco tomou conta da área. Assim como tomou conta do país,
tomou conta do mundo!
Está
previsto que no próximo dia 19, logo após o carnaval, nosso
congresso votará a REFORMA DA PREVIDÊNCIA. Segundo nossas
autoridades sua aprovação é de importância crucial para o futuro
do Brasil.
Já
me foi dado assistir aqui a diversos episódios de reforma da
aposentadoria no Brasil, desde os velhos tempos dos IAPC e IAPI,
Instituto de Aposentadoria e Pensões, um dos Comerciários e outro
dos Industriários. Sempre o governo tinha motivos essenciais para
cortar alguma coisa aqui e outra ali. Aliás é bom não esquecer que
isto não acontece só no Brasil.
E
se o país vai mal, não tem como investir o que seria necessário em
saúde, educação, transporte, energia etc. é por que “tem que
gastar a metade do que pagamos em impostos, a metade do que arrecada,
a metade do orçamento” em aposentadoria e pensões dessa
velharada.
NÃO
É VERDADE! A tal metade é gasta em JUROS e AMORTIZAÇÃO da dívida
pública. E aí temos outra vez a figura do BANCO. Assim como está
com as mãos no varejo, o banco manipula no atacado. E não é de
hoje. Como podemos ler no grandioso livro de Gustavo Barroso BRASIL
COLÔNIA DOS BANQUEIROS, os Rothschild já convenciam o nosso governo
imperial a tomar dinheiro emprestado a juros que nada tinham de
módicos.
É
uma bola de neve, aumenta sempre de volume enquanto estiver rolando.
O que teria de ser feito, é parar a bola, não jogar sempre mais
neve na sua frente. Quantas das nossas empresas públicas já tiveram
que ser sacrificadas, quantos dos nossos recursos naturais estão
empenhados?
Quem
tem que ser reformado é o SISTEMA FINANCEIRO.