Os
mais vividos, como este blogueiro, devem se lembrar de um slogan que
por um bom tempo animava nossas mentes e ilustrava páginas da nossa
mídia.
Acompanhávamos o noticiário sobre a produção de barris, ansiando pelo dia em que o país se tornasse independente da importação. Pensávamos poder assistir a redenção do Brasil, a realização dos sonhos de Monteiro Lobato e Getúlio Vargas. Hoje esses dois estão se virando na tumba. “É nosso” coisa nenhuma. A greve dos caminhoneiros, que está sacudindo o país, põe a nu a verdade.
Estamos vendo isso agora, pois é o presidente da gloriosa Petrobrás quem afirma que nossos preços têm que acompanhar a flutuação do mercado internacional. Então continuamos na situação de um importador de petróleo, com uma agravante absurda, os preços estão sujeitos a alterações diárias, provocando verdadeiro tumulto na praça. Os derivados do petróleo têm seus custos integrando muitas previsões e cálculos de orçamento, obrigando a inclusão de uma margem de segurança.
Pressionada, a Petrobrás prometeu fazer por 15 dias um desconto no preço do Diesel. Consequência: despencaram suas ações na Bolsa e nos lembrando que a Petrobrás NÃO É NOSSA, é da oligarquia financeira internacional. A esta pouco interessa os perigos que um desabastecimento geral possa provocar.
É semelhante ao que acontece em outras áreas. Na agricultura, por exemplo, fomos obrigados a aceitar os TRANSGÊNICOS e com eles os agrotóxicos, por mais venenosos (glifosato) que sejam também para os humanos.
A ÁGUA É NOSSA?
Até
poucos anos atrás havia aqui uma água de fonte, também chamada
mineral, excelente. Lamento não me lembrar mais do nome, mas um belo
dia mudou seu nome para CRYSTAL, é isto mesmo com “Y”. E mudou
também de dono. É uma empresa com sede lá em Atlanta, Estado da
Georgia, Estados Unidos. Quer dizer, capta aqui a nossa água, vende
aqui e o lucro vai para Atlanta. E tem mais. Apesar de ser proibido,
será que não se servem um pouco da “venda casada”? É que o
nome da empresa é Coca Cola.
No
início de governo Temer surgiu o boato de que Coca Cola e Nestle
estariam querendo adquirir do governo brasileiro os direitos de
exploração do aquífero Guarany. Ambas as empresas desmentiram.
Fato é, entretanto, que Nestlé Waters alega ser a maior
empresa de água engarrafada do mundo, vendida sob 51 marcas
diferentes que vão de Pure Life a Perrier e Vittel (Google).
O site watergate.tv informa no dia 18.5.218 que a Nestlé Waters está comprando direitos de exploração em todo mundo e que seu dirigente teria dito “água não é um direito humano e sim um produto alimentício e deve ter um valor de mercado”.
ANGUSTIANTES PERSPECTIVAS
Assim
se até a água pertence a esses “donos do planeta”, o que é que
estamos fazendo aqui? Não demora e aparece alguém querendo cobrar
pelo AR que respiramos. Teremos que concordar, para ajudar a pagar as
impagáveis dívidas do país. Teremos que concordar da mesma forma
como somos obrigados a concordar com “flutuações internacionais”
de preços do petróleo, bem como concordar em pagar os impostos
embutidos no preço final dos derivados, para satisfazer nossos
credores. Consolemo-nos, não é só o Brasil que está assim...